A chave do meu peito nas mãos da saudade.

Não que a dor me persiga tanto, mas me instiga a forçar o pranto, a verter dos olhos as águas já não tenho tanto. Não que eu não suporte, suportaria até mais, mas é que me incomoda este profundo corte que a solidão me faz. Meu peito desfia aos poucos e vai inflamando lentamente, uma dor que serra a alma, dor que só sabe quem sente. Não que a dor deva matar-me, não assim, mas torna-se companheira insuportável e se apossa de mim. É uma saudade infinita, algo sem tamanho, sem medida, maior que o próprio céu, eu acho, maior que a dor da despedida. Posso conviver com ela, eu sei, mas almejo não tê-la, porque se for para tê-la e não vê-la, é preferível não sabê-la existir. Mas meu pranto é miudinho, destes pequeninos gigantes, como se fosse um desalinho, de um alinhavo de amantes. Não que a dor seja tão profunda, tão cortante que me tire a própria vida, mas é dor dilacerante, a dor mais forte e mais sentida. Sei que esquecer da dor é perecer, não senti-la e definhar, por isso me ponho a escrever a dor que ainda virá. Dor de saudade é dor carinhosa, assim como se sente a furada de espinhos, na mão que segura a rosa, assim também sente-se o perfume que exala do amor, não dá para ter a flor, sem provar dos seus espinhos, bom seria se houvessem só carinhos, mas a vida é complicada. Não existe amor no mundo, que não sofra com saudade e se existir quem o sinta é por não sentir de verdade.

O que é ser grande.

Ser grande não é ser o maior, o mais poderoso ou o mais rico. Ser grande é saber contentar-se com aquilo que Deus lhe deu, sem almejar aquilo que Deus deu a outro. Ser grande não é tornar-se gigante e tentar pisar o mundo com pés enormes, mas saber inclinar-se e dar a mão a quem está necessitando. Ser grande é não se mostrar soberano no triunfo, mas saber reconhecer que todo triunfo vem de alguém superior. Ser grande não é responder tapas com tapas, mas crescer no perdão ainda que lhe pareça impossível. Ser grande não é encher-se de mágoas e disparar palavras malditas a quem nos magoou, mas perdoar em silêncio e pedir a Deus que abençoe aquela pessoa. Ser grande não é fugir da verdade e ocultar a sombra de mentiras, mas reconhecer os próprios erros e pedir perdão por eles. Ser grande é chorar, não quando se é magoado, mas quando se magoa alguém. Ser grande não é fingir que perdoou, mas perdoar de coração. Ser grande é saber diminuir diante de quem cresce e colocar-se sempre como menor. Ser grande é estar com a mão sempre estendida, não para pedir, mas para doar. Ser grande é conhecer-se a si mesmo para poder julgar-se melhor, sem estar sempre julgando o outro. Ser grande é ter a força de um gigante, não diante do seu próximo, mas diante dos seus problemas. Ser grande é ser tudo, não para si mesmo, mas ser tudo para quem precisa de tudo na vida. Ser grande não é ser completo, mas ser um pedaço do maior. Ser grande é uma opção de querer, mas só se torna grande aquele que diminuir. Ser grande é ser, sem precisar ser coisa alguma, além de ser grande. Ser grande não é ser conquistador do mundo, mas conquistador de si mesmo, não é dominar o mundo, mas dominar-se a si mesmo, não é ser superior a ninguém, mas superar seus próprios limites e crescer dentro de si. Ser grande é deixar o volume das virtudes transpor os limites do coração e tornar-se parte da vida. Por Tony Casanova - Direitos Autorais e Copyright Reservados sendo vetada a cópia sem autorização do autor.

Dor amiga.

Que a minha dor, esta que sinto/ Não seja a dor derradeira/ Que não seja a única/ Nem última, nem a primeira. Que minha dor seja forte/ E que me traga vida/ Me fortaleça/ Afugente a morte! Que a minha dor alcance a minh'alma/ E que seja a dor sentida/ Mais que doída/ Dor que me acalma. Que a minha dor me exalte/ Que não me tire deste mundo/ Uma dor que não me mate/ Este amor que é tão profundo. Por Tony Casanova.

Sonhos de um bebê.

Acordei assustado, desesperado procurando alguém que não estava ali. Nunca estivera, porém eu também nunca desisti. Os mesmos sonhos, repetidos durante dias, sempre a mesma agonia, de buscar, buscar e não encontrar. Mas me alegrava nos sonhos, eram lindos, neles voce estava sempre divina. Rodopiava sorridente, cantava e erguia as mãos para o alto, como se quisesse aquela menina, abraçar o céu azul. Eu ali, bobo, meio tomado, observando voce, me descobrindo criança, curtindo aquela dança como se fosse um ballet, algo tão perfeito e puro que me deixava inseguro, só de pensar em perder. Após estes sonhos, olhava para mim e sentia tanta emoção e fragilidade, era como voltar toda mocidade, me transformar em bebê, me contentar em viver sempre em tuas mãos. Os tais sonhos que me perseguem, já fazem parte da minha rotina, assim que o dia termina, vou correndo ao meu banho e deito-me esperando encontrar em sonho, aquela beleza de menina, que me encanta todas as noites. E ela está sempre lá, dentro do sonho, esperando sentadinha a hora que chego para então começar seu bailado, aí eu me ponho sentado, nada falo, apenas olho apaixonado a sua dança maravilhosa. Baila como ninguém, rodopia e canta, me encanta e me faz sorrir, ai como é bom estar ali, ainda que sonhando, ver voce feliz bailando e o mundo lindo, céu azul, sol brilhando, tudo, tudo conspirando para tua apresentação. Já não me contento em ver os horas paradas, o dia ficar mais longo, a noite parece cansada e não chega logo para mim, quero deitar e sonhar, sonhar sonhos sem fim, quero ver-te bailar, linda, sorrindo enfim, como nunca sorristes antes. A dor não é tê-la só em sonho, mas fico doente e tristonho somente por acordar, porque sonhar é o alívio de poder vê-la de novo, encontrá-la sorridente para que eu finalmente, possa te namorar.

"Ursinho de pelúcia"

Descrevo agora como é o meu amor por voce. Não te direi o tamanho, não posso precisar, mas posso dizer que é grande, Tão grande, que não consigo calcular. Um amor que vai além de toques, de beijos, amor que está muito adiante de ser somente desejo, mas um amor frequente e verdadeiro, destes que parecem fontes borbulhantes que tem água o dia inteiro. Um amor que surgiu do nada, assim como sempre surgem os amores, estes amores lindos, que nos enchem de esperanças, que nos fazem voltar a ser crianças e querer correr pelas estradas. Destes amores insolentes, que entram na vida da gente e nem sequer temos coragem de mandar sair. Um amor fofinho, parecendo ursinho de pelúcia, macio, gostoso de sentir, amor que me faz sorrir e sorrir atoa, sem saber porque estou rindo. Amor destes que me faz ir dormir cedo, só para sonhar contigo e acordar cheio de esperanças que chegue a hora de te ver. Amor sem maldade, sem malícia, amor sem vontades, apenas o querer estar ali, a teu lado, no quentinho bem bom da tua companhia. Amor de paz, amor valentia, destes amor que a gente não faz, a gente vive e sonha, acordadinhos. Amor que vai comigo a todo canto, a toda hora, amor que lembra sempre, que quer estar junto, amor que a gente pensou que nunca viveria. Mas que bom, que bom que hoje vivemos, que hoje temos o amor, que bom que chegou este dia. Amor que só de falar já sorrimos, já nos sentimos, causamos, já amamos sem precisar mais nada. Amor que ultrapassa tudo, que chega mesmo, de verdade, que vem com tudo a nosso encontro e não nos deixa dúvida. Amor que não se pode duvidar, amor de livres, amor de puros, amor puro, amor limpinho, destes que nem ursinho de pelúcia, macio, gostosinho de sentir. Amor só de verdades, sem mentiras, sem maldade, sem curvas, amor sem fim, mas nem precisa, não queremos ter e nem ver. Assim é meu amor por voce.

"Chama do amor"

As vezes amo depressa/ Noutras amo e descanso/ O amor é fogo que se confessa/ Mas o amor é fogo manso. O amor é chama quieta/ Destas que queima mansinho/ É o calor da vida repleta/ Que se completa de carinho. O amor é chama viva/ Que toma a alma de assalto/ O energia que nos ativa/ Nos faz olhar mais alto. O amor é a própria brasa/ No coração dos amantes/ Que os queima em suas casas/ Ainda que tão distantes. O amor é fogo alucinado/ Fogo bom, que ilumina/ Que não sai do nosso lado/ Fogo que nos fascina. O amor, fogo mais belo/ Que nos faz sorrir atoa/ Que faz do cinza amarelo/ E faz a vida tão boa. Por Tony Casanova.

Uma cartinha para minha Mãe.

Olha, talvez voce não leia o que vou escrever agora, mas resolvi escrever assim mesmo, para que saibas o quanto és importante na minha vida. Lembro-me ainda criança, dos cuidados que voce tinha comigo, brigava a toda hora, queria sempre me arrumar, me ver sempre limpinho e cheiroso. Cresci e os cuidados continuaram, como se para voce, eu nunca tivesse crescido. Lembro-me de quando me mandava ir dormir cedinho, como ia até o quarto e ficava ali até que eu dormisse, então me dava um beijo, puxava o lençol e dizia: "Boa noite filho". Lembro-me que voce me acordava cedo, me fazia cócegas e dizia: "Hora de acordar menino preguiçoso". E ficava ali, brincando comigo e nós dois sorriamos muito. Lembro dos deveres da escola, voce também era minha professora, ensinava-me direitinho. O tempo foi passando, mas seu amor continuava o mesmo, nunca mudou, jamais deixei de olhar orgulhoso para voce, por saber o amor que voce sempre teve por mim. Voce detestava quando eu caia, quando me arranhava. Podia ser um machucadinho de nada, lá vinha minha doutora, cheia de cuidados para curar os arranhões. Me abraçava sempre, de um jeito que me fazia ter certeza de que voce não queria me perder. Eu me sentia protegido em teus braços, sabia que voce faria qualquer coisa para me proteger, eu sabia disso. Ninguém me amou como voce, ninguém. Quando voce me olhava nos olhos, era como se visse a voce mesma em mim, como se quisesse me dizer: Olha filho, eu estarei sempre aqui e não vou te abandonar nunca! Eu sabia que não. Voce me viu crescer, e continuo me amando do mesmo jeito, as mesmas preocupações, os mesmo cuidados, mesmo carinho. Me contaram que voce, na minha gestação, acariciava a barriga e chorava, amando antes mesmo que me visse. Quem neste mundo poderia me amar assim, além de Deus? Quem? Voce passava noites intranquila, acordada, me observando enquanto estava dodói. Voce trazia remédios, cuidava de mim e repetia sempre: Filhinho, mamãe está aqui tá. Não posso deixar de falar disso, não porque não esqueço, nunca esquecerei que voce Mamãe, foi a melhor Mãe do mundo e sei que assim como voce, outras Mães amam seus filhos desta forma. Resolvi então homenageá-las aqui e dizer para elas tudo que disse a voce, sabendo que todas elas vivem ou viveram momentos assim com seus filhos. Sim Mamãe, porque Mães são anjos que Deus colocou na terra para cuidar de nós. Anjos lindos e cheínhos de amor, por isso agora vou pedir a voce leitor, pare a leitura, vá até sua Mãe agora e diga-lhe: Mamãe, eu te amo. Se ela não está contigo, ligue para ela e diga. Se ela não está mais neste plano, assim como a minha, que descansa nos braços do pai, erga tua voz, feche teus olhos, e ore: Mamãe, sei que voce agora descansa nos braços do Pai e também sei que voce continua me amando tanto, tanto, que continua cuidando de mim. Te amo Mamãe e agora só peço que Deus cuide bem de voce também, porque toda Mãe, tembém é filha, filha amada de Deus e Ele cuidará de voce ainda melhor do que voce cuidou de mim. Encerro aqui com esta homenagem a todas as leitoras Mamães, todas as filhas que são amadas e que amam suas Mães. Grande abraço, fiquem com Deus e que Ele abençoe a todas voces. Até a próxima.

Sonata da desolação.

Ah se eu pudesse olhar em teus olhos, olhar bem no fundo deles e dizer-te da solidão que me esmaga. Da dor profunda e cruel que me atormenta, desta coisa ruim que se apossou do meu peito. Fico sem chão, sem assunto, fico sem jeito até de olhar para ti. Se te olhasse, meus olhos certamente estariam inundados por lágrimas quentes e eu não iria conseguir vê-la. Não, não te veria. Soluço tanto, tanto que mal respiro, penso que logo, logo me cessarão as lágrimas, de tanto que as expulsei dos olhos. Sento-me a margem do caminho outro tão lindo, o sol se indo, a noite que chega, mas já não traz esperanças. Simplesmente acordei. A lua parece triste, parece compreender que agora, sinto a sua frieza dentro do coração. Ela não me sorri mais, simplesmente está ali, estática, me olhando e chorando comigo, como se quisesse me fazer companhia. A lua estava tímida, tristonha, enfadada do meu choro, a lua calada, já nada me dizia, apanas olhava, apenas olhava. Como estava fria, até a lua parecia vazia. Tentei levantar-me, mas não tinha forças. Para onde ir que a minha tristeza não me acompanhasse? Para onde ir que aquela lua, não me observasse triste igual a mim? Aquela estradinha, que antes parecia não ter fim, agora tinha. Eu via seu final, lá onde nada existia, apenas o nada eu via, apenas o nada tinha para mim. Meus sorrisos se perderam, os encantos pareciam ter sumido, a vida perdeu sua cor e o amor, o amor quem diria, o amor me deixou largado na estradinha, aquela, que um dia, parecia não ter fim, mas tinha. O fim da estradinha, era só o começo pra mim. Por Tony Casanova.

Lua cúmplice.

Não te entristeça querida, ainda que a distância nos cruze o caminho, nossos corações estão bem pertinho e nossas vidas estão ligadas. Não sofras meu amor, nem olhes o fim da da estrada, apenas vejamos o quanto já percorremos até o outro. Sei que a saudade é cruel, o coração aperta, dilacera, mas nosso amor é tão lindo, tão grande, que valerá a espera. Espera minha vidinha, espera que em breve meus braços alcançarão teu corpo e te envolverei num abraço, forte, quente, gostoso. Ergue tua cabeça e olha para o alto, verás a lua linda, brilhando lá no firme no céu e de cá também eu estarei olhando para ela, na esperança que meu olhar encontre o seu, no mesmo ponto daquela lua tão bela. Nunca te esqueças que te amo, meu amor, daqui sinto voce bem perto, mesmo que também a saudade me mate, cada vez mais, eu vivo pela paixão que sinto. As vezes é verdade, também eu baixo a cabeça, mas logo, logo olho a lua e ela faz com que me esqueça de toda distância que existe, ai não fico mais triste enquanto olho pro luar. Eu sei que teu olhinho está ali coladinho com o meu, juntinho, bem juntinho, o meu bem pertinho do teu. Olha para a lua querida e não olhes mais para o chão, aqueça-se no luar frio, que estará sempre ali, esperando nossos olhos se encontrarem, nossas vidas se acharem e a solidão sumir. Quando te vier o cansaço da espera meu amor, deita-te, e adormece, sei que teu sonho será lindo, estarei nele sorrindo, com o peito aberto no espaço, esperando que venhas correndo e salte feliz nos meus braços. Quero te dar neste momento querida, todo o amor que guardei nesta vida, somente para voce, então nesta hora feliz, podemos viver a paixão resumida, enterrar a distância vencida e ver o sonho acontecer.

Morrendo de amor.

Quem de fato grita é meu peito, que entalado soluça a dor da permanente saudade, quase beirando a loucura, enquanto a tristeza o invade. Nos meus sonhos, quantos sorrisos teus eu encontrei, de tanto sorriso que vi, até chorei, encantado com tanta doçura. Parecia uma menina correndo na praia, pés descalços, o vento esvoaçando a branca saia, voce abrindo os braços, como se quisesse abraçar o céu. Eu corria logo atrás, olhava a menina correndo enquanto sorria contente, nem parecia a gente, mas um casal de garotos, destes adolescentes com aqueles sorrisos marotos. Quanto mais da água se aproximava, mais o vento te embalava, aquele cabelo lindo, a natureza sorrindo, voce ali, era tudo que faltava naquela paisagem. Uma princesinha de branco, carregando nas mãos os tamancos, dando chutinhos na água, que beleza de menina, aquilo me apaixonava. No meu sonho, havia uma flor no teu cabelo, uma flor bem delicada, de cor vermelha acentuada, voce parecia uma deusa, outras vezes uma fada, estava tão linda, tão linda, que eu nem acreditava. Corria e parecia que a natureza sabia, que aquele lugar tão maravilhoso, era o paraiso pomposo onde voce habitava. Que sonho, que mulher, que menina, queria não acordar, viver ali contigo, desfrutar daquele abrigo, fazer dele um paraíso, o nosso cantinho de amor, onde a vida seria linda, cheia de luz e carinho, ali no nosso cantinho que o Senhor nos reservou. Hoje a saudade me consome, te procuro e não te vejo, só me resta este desejo de poder te abraçar, dormir e não acordar, apenas morrer de amor.

Pequei contra ti.

Pequei meu amor, pequei contra ti pela incapacidade de segurar com minhas próprias mãos, a lágrima que te deslizou do rosto. Eu que jurei, prometi, que não te deixaria cair um único pingo de dores destes olhos tão lindos. Pequei porque não te socorri a tempo de aparar aquela maldita água que te fez brilhar os olhos. Pequei por extasiar diante da tua beleza enquanto choras. Não fui homem suficiente, não fui bastante valente para afagar o teu pranto e contigo chorei. Chorei porque tua dor era também minha, aquela lágrima quentinha, enquanto teu nariz esquentava, também do meu rolava, e me uni a voce. Pequei por não cumprir minha palavra e te amar num amor tão profundo, que ao invés de forte, tornei-me frágil, frágil suficiente para abraçá-la e chorar juntinho contigo. Quis falar, mas não podia, naquele momento, as palavras não saiam, meu coração deu um nó, senti o peito apertar, podia tudo, podia nada, só podia chorar. Chorei e pequei, mas pequei por amor a ti, porque naquela hora em que voce se derramava, eu louco de paixão, também em prantos me acabava, desmanchava ali mesmo, o homem que voce conhecia. Esta é a sina querida, de ter um poeta na vida, juntar poeta e menina, irão chorar todo tempo, aquele chorinho quente, que cai mansinho e lento, lavando a alma ferida. Pequei, sim meu amor, pequei, pequei porque não tinha forças para lutar contra meu próprio choro, tampouco o seu estancar, só pude me juntar a ti, te abraçar e calado, chorar juntinho do teu lado, esperando a hora de rir. Pequei, mas eu sei, sim eu sei que me perdoará pelo pecado, porque não haverá um só choro teu isolado, tantas vezes voce chore, não se faz que eu demore e irei pecar do teu lado. Por Tony Casanova.

Rosa minha.

Não poderia compará-la querida, senão a uma rosa, a minha flor preferida, de todas, a mais formosa. Teu perfume, fresco e suave se confunde com a brisa da manhã, com tal encanto, tamanha beleza, eu querida, com certeza sou teu fã. Não posso vê-la doutra forma mais gostosa, senão imaginá-la assim, na beleza de uma rosa, florescendo em meu jardim. És a fragilidade em pessoa meu amor, a delicadeza singela de uma pétala de flor, a mesura feminina, uma linda mulher, muitas vezes tão bela menina. Não minha vida, não há como esquecê-la, muito menos não desejá-la, quero sim, meu amor, quero tê-la como jamais quis ter outra pessoa. Ainda que nos afaste os obstáculos, ainda que nos pareça a vida tão dura, mas meu amor, este certamente perdura e vencerá qualquer barreira. Não és alguém comum, assim que se diga normal, és uma mulher singular, altamente especial, que me cativou com doçura e talento, tanta candura e alento que tornou-se impossível não te querer. A cada minuto que passa, encontro em voce mais graça, mais de tí encontro em mim e não tenho dúvida querida, se és assim tão maravilhosa, delicada que nem a rosa e perfumada que nem jasmim, foi Deus que te fez assim.

O lobo e a loba

Disse-me minha querida: Eis-me meu lobo, eis aqui minha vida, toma-me com tua. Ouvi tais palavras sentindo os olhos lacrimejando e o coração explodindo, era minha loba falando, nós dois chorando e sorrindo. Também a ti me entrego amada minha, pois de certo me dissolvo em desejos por ti, não me contenho a saudade que me mata, quando te vejo partir, toma teu lobo agora, não tenha pressa meu amor, pois me terás a toda hora e é teu o meu calor, não te detenhas ou envergonhes, me tenha como loba que és, pois de certo não há outra que a tí chegue aos pés.Venha minha loba linda, que para nós, não há noite nem há dia, que importa se o dia já finda, se qualquer hora temos a mesma magia? Venha e tenha teu homem, teu lobo, teu poeta, venha minha delicada flor, entregar-te por inteiro, pois meu desejo já me queima, aumentando meus anseios. Vem correr campos comigo, enfrentando a escuridão, desconhecendo o perigo, sejamos nossos então, sejas mminha mulher, serei teu homem, alcançe a minha mão, beija-me como nunca antes minha amada. És para mim minha vida, este misto de criaturas, uma loba encantada, uma fada doce e pura, uma mulher encantadora, um encanto de doçura, a mais linda criatura que meus olhos já encontraram. Vem amada, deita-te á relva comigo, sejamos um só, nos tomemos nos braços, façamos com eles nós, num apertado laço, que nos unirá para sempre até que nos deixe a vida.

Coração de pedra.

Já senti mágoas na vida, muitas vezes tão profundas, ainda não esquecidas, mágoas cruéis e mortais. Mas de tantas mágoas ter vivido, sentido no peito as pontadas, receio ter aprendido e tê-las todas perdoado. Aprendi a perdoar. Sim porque perdoar me liberta da mágoa que me aprisiona, daquela que me consome e me entristece por dentro. Perdoando aprendi que a vida se resume, não as lamentações, os queixumes, mas ao crescimento com pessoa. No fundo, no fundo todas as mágoas fizeram bem, todas me foram boas, me trazendo uma lição que jamais vou esquecer: Que na vida quem não perdoar, jamais conseguirá viver em paz, tampouco terá perdão, das mágoas que também traz. Já magoei fui magoado e das mágoas que causei, queria perdão de todas, mas não queria perdoar as mágoas porque passei, até aprender que só perdoando consigo, desfazer um inimigo que eu mesmo cultivei. Já senti mágoas na vida, decepções muito fortes, mas também já magoei, também decepcionei, também eu perdi meu norte. E nestas meditações, continuo a pressentir, que ainda corações, duros, tensos, que não irão consentir a chegada do perdão. Corações de pedra, semelhante ao que eu tinha, quando o sofrimento me vinha, provocado por alguém, agia feito carrasco, virava as costas, pisava, também eu me maltratava naquilo eu fazia, mas nem palavras, nem conselho resolvia, meu coração era só rocha, dureza impenetrável, pensamentos me corroíam e a paz me abandonava. Ainda sofro com mágoas, me chegam decepções, mas convivo com tudo isso, sabendo perdoar, porque o melhor das emoções, a mais importante delas, é o saber perdoar. Não há prova mais concreta no mundo, que uma mágoa resolvida, o perdão pra toda vida e o amor pelo futuro, perdoar é a saída que encontramos no escuro, a luz que nos ilumina e carinhosamente ensina, o perdão sem ter medida e o olhar sempre pra cima.

Lobo solitário II

Já me pesa a solidão enfadonha, nos ombros calejados e secos.Como se a rotina tristonha, me empurrasse por seus becos. Uma dor, uma agonia sem explicação, uma coisa ruim me tomando por dentro, um ai de exclamação, um breve lamento. Uma saudade covarde, que chega de surpresa, uma ausência sentida, uma presença requerida, com a revelação da tristeza. Se pudesse pegaria esta saudade, diria para ela assim: Saudade, dor que me invade, vou matá-la com certeza, porque se fazes ruim, me toma sempre á ausência, não me permite a presença e faz sofrer assim. Mas as vezes penso em ti, bandida, como minha companheira, a espantar a solidão, se não te sentisse tão forte, como saberia ao certo, qual o norte deste meu sofrido coração? Pensando bem saudade, não te vás da minha vida, sem ti, sei lá como seria, então como saberia que amo a minha querida? Fica então com este lobo solitário, que sente a ausência e se aos prantos se derramando, tem a ti por companheira, só me permita matá-la vez em quando e que cesse esta dor forte que me persuade, para que não morra eu de tristeza ou me acabe de saudade.