Sonata da desolação.

Ah se eu pudesse olhar em teus olhos, olhar bem no fundo deles e dizer-te da solidão que me esmaga. Da dor profunda e cruel que me atormenta, desta coisa ruim que se apossou do meu peito. Fico sem chão, sem assunto, fico sem jeito até de olhar para ti. Se te olhasse, meus olhos certamente estariam inundados por lágrimas quentes e eu não iria conseguir vê-la. Não, não te veria. Soluço tanto, tanto que mal respiro, penso que logo, logo me cessarão as lágrimas, de tanto que as expulsei dos olhos. Sento-me a margem do caminho outro tão lindo, o sol se indo, a noite que chega, mas já não traz esperanças. Simplesmente acordei. A lua parece triste, parece compreender que agora, sinto a sua frieza dentro do coração. Ela não me sorri mais, simplesmente está ali, estática, me olhando e chorando comigo, como se quisesse me fazer companhia. A lua estava tímida, tristonha, enfadada do meu choro, a lua calada, já nada me dizia, apanas olhava, apenas olhava. Como estava fria, até a lua parecia vazia. Tentei levantar-me, mas não tinha forças. Para onde ir que a minha tristeza não me acompanhasse? Para onde ir que aquela lua, não me observasse triste igual a mim? Aquela estradinha, que antes parecia não ter fim, agora tinha. Eu via seu final, lá onde nada existia, apenas o nada eu via, apenas o nada tinha para mim. Meus sorrisos se perderam, os encantos pareciam ter sumido, a vida perdeu sua cor e o amor, o amor quem diria, o amor me deixou largado na estradinha, aquela, que um dia, parecia não ter fim, mas tinha. O fim da estradinha, era só o começo pra mim. Por Tony Casanova.

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