Prosa | O Velho Contador de Estórias. | Menino Aprendiz.

  Foi em uma casinha simples, morada de sertanejo, que conheci Manoel, um homem de pouca formação e de muita sabedoria, que logo no primeiro dia foi me dizendo que o campo era sua morada, seus pés cresceram ali na estrada e na estrada se acabariam, pisando na piçarra quente, no solo seco do sertão, onde a chuva era riqueza e o trabalho a diversão. Assim era seu Manoel, trabalhador, honesto e dedicado á família, um guerreiro cujo guerra era a labuta e terra seca sua trilha. Bastou alguns dias com ele, mais aprendendo que ensinando, em meio ás criações, suas roças e seus numerosos filhos e eu naquele mundo particular, que tive lições valiosas de vida vivendo a vida daquele lugar. Eu que vivera a vida inteira na capital, imaginando ser aquela a melhor maneira, recebi do seu Manoel e família, lições para a vida inteira.
  No primeiro dia percebi que o ar do campo é diferente e ele faz bem a gente com seu cheiro de mato fresco e fezes de animais bovinos, algo que só senti quando menino quando fui á Bahia, em casa da minha madrinha. Assim que provei aquele cheirinho me apaixonei, pois era algo tão particular, tão fácil de amar e tão gostoso de sentir que da capital, as saudades que eu tinha, foram ficando menores a cada dia e nem dava mais vontade de partir, tamanho gosto que tomei dali. Ver o gado pastando e mugindo, os cabritos berrando e as galinhas e galos em festa foi uma visão de sonho, coisa que na capital não se vê. Seu Manoel ia me explicando coisa por coisa, dizendo tim tim por tim tim, matando a minha curiosidade menina. Gostoso foi provar o feijão e a carne cozidos no fogão á lenha, um velho fogareiro de ferro fundido cuja lenha era posta por baixo e as panelas de ferro e de barro colocadas acima das chamas. 
  O sol do lugar era forte e acendia a paisagem seca por onde corriam os animais alegres coitados, sem se dar conta da falta d'água ou mesmo fingindo não sentir falta só para continuar naquela alegria diária que só os bichos do sertão possuem. A pouca água que tinha era da chuva, quando ela caía e se coletava nas cisternas enormes de onde se retirava para beber e cozinhar. Uma riqueza que Deus dava, dizia seu Manoel, que não se abatia com a pobreza ou escassez das coisas. Tocava a vida como podia, trabalhando todo dia, de sol a sol, sempre na mesma alegria. Sonhos ele tinha, mas preferia a lida, que segundo ele, não devia parar, assim não tinha sonho que se realizasse e ele não sabia descansar.
  Gostei de tudo ali, mas foi á noite que fiquei besta, observando um imenso lençol de estrelas brilhando na escuridão do céu, uma coisa tão linda que me doeu o pescoço de tanto ficar olhando. E seu Manoel sorrindo, me perguntava: - Tem algo mais lindo neste mundo de meu Deus?  Certamente não havia. Então, naquele noite, debaixo do lençol de estrelas, família reunida, que conheci outro Manoel que eu não conhecia. Era o velho contador de estórias. Um homem sofrido e de tamanha sabedoria que até parecia um mestre falando aos seus. Cada estória emocionava, ensinava e surpreendia. Ele dizia que eram contos de pai para filho, coisa de gerações para gerações e assim ficávamos ali, bebericando café fresquinho enquanto ouvíamos as estórias do seu Manoel.
  Hoje entristeço por saber que grande parte do que nasce no sertão, nele morre e que a sua Arte e Tradição enterram-se ali mesmo, sem que o mundo a conheça. Senti vergonha da vergonha que brasileiro tem de contar suas histórias, de saber das suas raízes e conhecer mais do seu povo. Algo que existe há séculos, que não é novo, mas que o Brasil esconde por sentir vergonha daqueles que á custa de sangue e suor, nas lavouras e nos sertões, ajudaram a desbravar e construir este País. Eu ali, menino da capital, sentado abaixo do lençol de estrelas, feliz por ouvir estórias bem contadas por um velho experiente, gente da gente, que faz e que diz, eu menino da capital, eu menino aprendiz.

Esta obra está protegida por Direitos Autorais que se reservam ao autor Tony Casanova, não sendo permitido o seu uso de qualquer natureza, utilizando qualquer meio, do todo ou parte dele, sem a autorização legal do autor sob pena de infração das Leis Nacionais e Internacionais de Proteção aos Direitos de Propriedade Intelectual. O desrespeito aos Direitos do autor implicará na aplicação das Sanções Legais Cabíveis nos Rigores da Legislação vigente.

Para saber mais sobre o autor acesse ESTE LINK

...........................................................................................................................................

     Prose | The Old Storyteller. | Apprentice Boy.

   It was in a simple house, the home of a backwoodsman, that I met Manoel, a man of little training and wisdom, who at first told me that the country was his abode, his feet grew there on the road and on the road, stepping on the hot pebbles, in the dry soil of the hinterland, where rain was richness and work to amusement. Thus was his Manoel, hardworking, honest and dedicated to the family, a warrior whose toil was toil and dry land his trail. It was only a few days with him, more than learning, teaching, among the creations, his gardens and his numerous children and myself in that particular world, that I had valuable lessons of life living the life of that place. I, who had lived all my life in the capital, imagining that to be the best way, I received from his Manoel and family, lessons for the whole life.
  On the first day I noticed that the air of the field is different and it makes good people with its smell of fresh bush and cattle feces, something that I only felt as a boy when I went to Bahia, to my godmother's house. As soon as I tasted that scent I fell in love, because it was something so special, so easy to love and so good to feel that the capital, the homesickness I had, got smaller every day and did not even want to leave, I took it from there. Watching the cattle grazing and mooing, the screaming kids and the hens and cocks in celebration was a dream vision, something that is not seen in the capital. His Manoel was explaining me thing by thing, saying tim tim tim tim, killing my curiosity girl. It was delicious to taste the beans and meat cooked on the wood stove, an old cast-iron stove whose wood was placed underneath, and the pots of iron and clay placed above the flames.
  The sun of the place was strong and lit the dry landscape where the poor animals of the poor ran, not realizing the lack of water or even pretending not to miss just to continue in that daily joy that only the animals of the hinterland have. The little water she had was from the rain as it fell and collected in the huge cisterns from which she retired to drink and cook. A wealth that God gave, said his Manoel, who did not abate with poverty or scarcity of things. He touched life as he could, working every day, from sun to sun, always in the same joy. Dreams he had, but he preferred the read, which according to him, should not stop, so had no dream come true and he did not know how to rest.
  I liked everything there, but it was the night that I became a beast, watching a huge sheet of stars shining in the darkness of the sky, something so beautiful that my neck ached from staring. And his Manoel smiling, I asked myself, "Is there something more beautiful in this world of my God?" There certainly was not. Then, that night, under the stars sheet, family reunited, I met another Manoel I did not know. It was the old storyteller. A man suffering and of such wisdom that he even looked like a master talking to his own. Each story thrilled, taught and surprised. He said they were tales from father to son, from generations to generations, and so we would sit there sipping fresh coffee while we listened to the stories of his Manoel.
  Today I grieve to know that much of what is born in the backlands, dies in it and that its Art and Tradition are buried right there, without the world knowing it. I felt ashamed of the shame that Brazilians have to tell their stories, to know their roots and to know more about their people. Something that has existed for centuries, which is not new, but which Brazil conceals because it is ashamed of those who, at the cost of blood and sweat, in the fields and in the backlands, helped to break up and build this country. below the sheet of stars, happy to hear stories well told by an experienced old man, people of the people, who does and says, I a boy from the capital, I an apprentice boy.

This work is protected by Copyright that is reserved to the author Tony Casanova, not being allowed its use of any nature, using any means, all or part of it, without the legal authorization of the author under penalty of violation of the National and International Laws of Intellectual Property Rights. Failure to respect the rights of the author will imply the application of legal sanctions in compliance with the requirements of the current legislation.

To know more about the author go to THIS LINK

.................................................. .................................................. .......................................

  Prosa | El Viejo Contador de Historias. | Niño Aprendiz.

   En una casita simple, morada de sertanejo, que conocía a Manoel, un hombre de poca formación y de mucha sabiduría, que luego en el primero me fue diciendo que el campo era su morada, sus pies crecieron allí en la carretera y en la carretera se acabaría, caminando en la broma caliente, en el suelo seco del sertão, donde la lluvia era riqueza y el trabajo la diversión. Así era su Manoel, trabajador, honesto y dedicado a la familia, un guerrero cuya guerra era la labranza y tierra seca su senda. Bastó unos días con él, más aprendiendo que enseñando, en medio de las creaciones, sus rozas y sus numerosos hijos y yo en aquel mundo particular, que tuve lecciones valiosas de vida viviendo la vida de aquel lugar. Yo que había vivido toda la vida en la capital, imaginando ser aquella la mejor manera, recibí de su Manoel y familia, lecciones para toda la vida.
  En el primer día percibí que el aire del campo es diferente y él hace bien a la gente con su olor a mato fresco y heces de animales bovinos, algo que sólo sentí cuando era niño cuando fui a Bahía, en casa de mi madrina. En cuanto probé aquel olor me apasioné, pues era algo tan particular, tan fácil de amar y tan sabroso de sentir que de la capital, las nostalgias que tenía, se quedaron más pequeñas cada día y no daba más ganas de partir, tamaño gusto. me tomé de allí. Ver el ganado pastando y mugiendo, los cabritos gritando y las gallinas y gallos en fiesta fue una visión de sueño, cosa que en la capital no se ve. Su Manoel me explicaba algo por cosas, diciendo tim tim por tim tim, matando a mi curiosidad niña. Es bueno probar el frijol y la carne cocidos en la estufa de leña, un viejo fogón de hierro fundido cuya leña era puesta por debajo y las ollas de hierro y de barro colocadas encima de las llamas.
  El sol del lugar era fuerte y encendía el paisaje seco por donde corrían los animales alegres coitados, sin darse cuenta de la falta de agua o incluso fingiendo no sentir falta sólo para continuar en aquella alegría diaria que sólo los bichos del sertón poseen. La poca agua que tenía era de la lluvia, cuando caía y se recogía en las cisternas enormes de donde se retiraba para beber y cocinar. Una riqueza que Dios daba, decía su Manoel, que no se abatía con la pobreza o escasez de las cosas. Tocaba la vida como podía, trabajando cada día, de sol a sol, siempre en la misma alegría. Los sueños tenía, pero prefería la lectura, que según él, no debía parar, así que no tenía sueño que se realizara y él no sabía descansar.
  Me gustó todo allí, pero fue por la noche que me quedé bestia, observando una inmensa sábana de estrellas brillando en la oscuridad del cielo, una cosa tan linda que me dolió el cuello de tanto mirar. Y su Manoel sonriendo, me preguntaba: - ¿Tiene algo más hermoso en este mundo de mi Dios? Ciertamente no había. Entonces aquella noche, debajo de la sábana de estrellas, familia reunida, que conocí a otro Manoel que yo no conocía. Era el viejo contador de historias. Un hombre sufrido y de tanta sabiduría que hasta parecía un maestro hablando a los suyos. Cada historia emocionaba, enseñaba y sorprendía. Él decía que eran cuentos de padre a hijo, cosa de generaciones para generaciones y así quedábamos allí, bebiendo café fresco mientras oíamos las historias de su Manoel.
  Hoy entristezco por saber que gran parte de lo que nace en el sertón, en él muere y que su arte y tradición se entierran allí mismo, sin que el mundo la conozca. Me sentía vergüenza de la vergüenza que el brasileño tiene que contar sus historias, de saber de sus raíces y conocer más de su pueblo. Algo que existe desde hace siglos, que no es nuevo, sino que Brasil esconde por sentir vergüenza de aquellos que a costa de sangre y sudor, en las labranzas y en los sertões, ayudaron a desbravar y construir este país. Yo allí, muchacho de la capital, sentado por debajo de la sábana de estrellas, feliz de escuchar historias bien contadas por un viejo experimentado, gente de la gente, que hace y que dice, yo niño de la capital, yo niño aprendiz.

Esta obra está protegida por derechos de autor que se reservan al autor Tony Casanova, no siendo permitido su uso de cualquier naturaleza, utilizando cualquier medio, del todo o parte de él, sin la autorización legal del autor bajo pena de infracción de las Leyes Nacionales e Internacionales de Protección a los Derechos de Propiedad Intelectual. La falta de respeto a los derechos del autor implicará en la aplicación de las sanciones legales aplicables en los riegos de la legislación vigente.

Para saber más sobre el autor accede a ESTE LINK

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixou um comentário? Amei! Vou verificar e liberar já para você. Obrigado. Abração.