Medicina | Ética e Cidadania | Confrontos de Realidades.

  Disse e disse-o bem o Dr Draúzio Varella  NESTA PUBLICAÇÃO referente ao Juramento de Hipócrates publicada em seu site. De fato é desnecessário proferir um juramento apenas cerimonialmente se na prática ele é ultrapassado. Mesmo porque, como citou o Dr e é certo e sabido por todos que a formação profissional na área da Medicina requer alto investimento e empenho vitalício aos estudos, não sendo algo que se possa dizer acessível á maioria dos interessados, sendo portanto justa a remuneração digna ao que se dedica ao exercício deste labor. Sendo outro fato a realidade lembrada no artigo de que o profissional, não só da área da Medicina, mas de área de Saúde em geral (digo eu, não o artigo) é submetido á cargas quase que desumanas de trabalho para alcançar uma remuneração digna. Obviamente este é o aspecto profissional da medicina e da Saúde visto por um médico, longe aqui de querer desmerecer o artigo muito bem pautado e elaborado por este renomado profissional de saúde, eu aqui ofereço a ressalva de que toda moeda possui dois lados distintos e sem querer afirmar que haja injustiça em qualquer palavra citada no artigo, que aliás eu apoio veementemente, por trás desta realizada colocada existe uma questão ética e moral, porque não dizer social bastante relevante a ser considerada; a gangorra que há entre a justa remuneração e a vida que urge ser salva. Qual destes parâmetros exerce soberania na decisão do profissional? Qual das escolhas seria mais ética?
    Na época, ele o Dr Hipócrates, médico conceituadíssimo nas esferas sociais, considerado até nossos dias como "Pai da Medicina", talvez não estivesse sofrendo a pressão de um capitalismo tão selvagem quanto o que nos assola hoje ou ainda tivesse deixado aflorar sua veia filosófica e sofrido um surto momentâneo de cidadania quando elevou a vida, a saúde e o bem estar humano ao primeiro plano, tornando um ato de heroísmo a participação do profissional de medicina neste processo. Quem sabe? O fato é que se antes se jurava por Apolo o médico, por Esculápio, por Hígia, Panacéia e todos os deuses, hoje deve-se jurar por Deus Pai, Deus Filho e Espírito Santo, parte esta que eu creio, mereça uma correção no juramento.  Entendo eu, meramente como leigo, entendam aqui, como já expliquei, que o juramento prestado dignifique a ética do formando e sirva-lhe de parâmetro social humanitário, sendo de extrema importância não só para os profissionais, mas sobretudo para os pacientes em questão. 
  A intenção da matéria aqui apresentada não é o confronto de duas realidades fatídicas, mas produzir a devida reflexão para ambos os lados, lembrando aqui que não estou ligado á área de saúde, desta forma estou me eximindo dos parâmetros e nomenclaturas técnicas inerentes á medicina e de pronto confesso-me leigo ao ponto de não poder discutir quaisquer que seja o ponto dentro da questão médica, mas se porventura me faltam aptidões acadêmicas para uma discussão á altura, me sobra a experiência como cidadão paciente e apto a discutir os atendimentos recebidos e presenciados nos diversos hospitais e clínicas brasileiras, aquilo que por mim não foi presenciado tornou-se público através das repercussões das mídias. 
  É fato comum ouvir de autoridades deste ou daquele setor, algo que no Brasil não é exclusividade da Medicina, a seguinte frase pronta cada vez que um profissional da área é flagrado em falha moral ou ética: "Trata-se de um fato isolado e que já está sob sindicância interna onde, caso sejam apuradas as irregularidades, serão tomadas as providências." Ora, sabemos então que realmente trata-se de um caso e que não é justo generalizar-se toda uma classe em virtude do erro de alguns, isto é óbvio e nem de longe posso dizer que há erro ao afirmar-se isso, mas a questão é que no tocante a área de Saúde o produto é a vida e o seu bem estar, a sua qualidade, algo que eticamente não tem preço. Lembro-me que há muitos anos, quando ainda jovem, estava eu na praia com um amigo quando de repente vimos um homem correr em direção ao mar. De onde estávamos pudemos perceber que o homem correra para salvar uma mulher que se afogava. Desesperado ele atirou-se nas águas e tudo que conseguiu foi afogar-se também, mas graças a intervenção do rapaz que me acompanhava ele foi salvo enquanto eu salvava a mulher, que mais tarde soubemos ser esposa dele. Naquele momento para aquele homem urgia salvar a sua esposa a todo custo, pois ali o maior valor estava na vida, independente de qualquer outra coisa.
    Aquele homem arriscou sua própria vida para salvar a da sua esposa e mesmo sem saber nadar, entrou nas águas para resgatá-la. Ressalto aqui o valor da vida, que enfim teria custado outra ou talvez fossem duas a se perder e ponho o foco não em nós, eu e meu amigo que nos dispomos a ajudar, mas na ação daquele esposo. Quanto vale a vida? R$ 7.000,00, R$ 10.000,00 ou R$ 1.000.000,00? Até onde vai a ética e a justiça quando a remuneração está envolvida? Logicamente não digo que o profissional não deva ser remunerado pelos seus serviços, claro, é justo! Assim como é justo o Direito Natural á vida. Instituições como o Grean Peace e tantas outras que incluem voluntários em seus quadros são a prova de que é possível haver espaço para a necessidade material como a remuneração e a a necessidade ética e profissional sem que nenhuma das partes seja prejudicada. A cada profissional a sua escolha pela ética ou não, pelo voluntariado ou não, mas todos tem o mesmo compromisso ético, pelo menos é o que deles se espera, independente de qualquer juramento prestado, tendo em vista que tantos profissionais o fizeram e escandalizaram o mundo com demonstrações de falhas morais gritantes.
  No mais, foi muito oportuno o texto que li sobre o Juramento de Hipócrates escrito pelo Dr Draúzio Varella, ao qual volto a dizer, corroboro em gênero, número e grau.  


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