Conto | Aprendiz de Adulto | A Pescaria.

  O sol já começava a baixar naquele sábado e nós estávamos todos eufóricos preparando os apetrechos para a pescaria. Estávamos eu e mais quatro adultos, sendo duas mulheres. Iríamos no caminhão de um deles e a pesca seria feita com uma rede de malha fina que media cerca de seis metros de comprimento por três de altura.  Colocamos nas mochilas comida, fósforos, facas e facões, um pequeno fogareiro, carvão, álcool, gelo e gravetos secos para atear o fogo. Também levávamos água potável e bebidas, além algum dinheiro para emergências. Na época não haviam celulares. O nosso líder e proprietário do caminhão havia escolhido aquela noite de sábado por causa da fase da lua, que segundo ele, estava propícia para a pesca e ofereceria boa luminosidade e uma visão boa para nós. Como era mais experiente na pesca, todos concordaram e após arrumarmos as coisas, seguimos embarcando no velho caminhão dele.
  O local escolhido não era muito distante dali e fica á margem de uma avenida chamada de Beira-Mar, área de encontro entre o rio Sergipe e o Oceano Atlântico que banha  Aracaju. A Coroa do Meio, como é conhecida a região, possui uma pequena faixa de manguezal nas suas margens e logo á frente é possível ver os coqueirais da Ilha de Santa Luzia que carinhosamente é conhecida como Barra dos Coqueiros. A visão  ali era impressionante, principalmente ao por-do-sol. O rio Sergipe desaguava bem ali, com suas águas mansas e suas traiçoeiras correntes ocultas. Por ser um lugar de encontro de águas a vida marinha era abundante na época em que havia poluição mínima do local. Chegamos e logo começamos a improvisar uma pequena barraca com a lona do caminhão e as varetas que trouxemos. Acendemos o fogareiro e ficamos aguardamos as ordens do nosso "comandante".
  Antes de começarmos a pescar o Ari, proprietário do caminhão, senhor da pesca e nosso comandante chefe resolveu exibir-se e nos contar suas tantas aventuras de pescador.  Justificou ele que estava muito cedo e que devíamos aguardar a altura certa da lua para enxergar os cardumes de peixes Tainhas e camarões que viriam alimentar-se ali. Estávamos sentados na areia, sob a luz tênue da lua e ouvidos abertos para as estórias de pescador do Ari. Como os demais eram adultos e apenas eu ainda estava na adolescência, ficava ali olhando para ele, curioso, acreditando em tudo que a criatura dizia. Contou-nos que certa vez havia deixado um enorme peixe (Ele abriu os braços para mostrar o tamanho) morder e engolir metade do seu braço apenas para tira-lo das águas. Imagine eu, quase uma criança, prestes a entrar nas águas escuras de um rio que encontrava com o mar e produzia fortes correntezas, como estava naquele momento. O coração coitado, quase saltando pela boca de tanto desespero. 
  Pergunte-lhe se ali haviam tubarões. Ele afirmou que sim.Quase chorei me borrando de medo. Mas enfim chegou a hora do tudo ou nada. Entramos na água e eu, num surto de loucura, pedi para segurar uma das varas da rede. Sabendo nadar como ninguém ali, resolvi também me exibir. Fui para a parte mais profunda segurando a vara da rede. Foi neste momento que escutei o barulho de algo caindo na água. Não sei como meus olhos não saíram da órbita. Olhei na direção do barulho e pude ver um enorme vulto preto de um peixe saltando e mergulhando nas águas escuras bem próximo a mim. Mas foi quando olhei para o comandante e não vi mais ninguém que resolvi correr dali e só parar no próximo caminhão onde todos estavam. Quantos valentes! Ah maldita pescaria.  Vimos um golfinho que brincava nas águas e que Ari jurava que era um tubarão. Nossa pescaria terminou sendo nas margens rasas, distante das Tainhas e bem longe do "tubarão". Mas valeu, enchemos várias latas com siris e camarões o que salvou aquela noite em que nos borramos juntos com medo de um golfinho. 

A presente obra, bem como todos os textos contidos nesta web página encontram-se protegidos pelas Leis Nacionais e Internacionais de Direitos de Propriedade Intelectual, sendo proibidas as cópias, colagens, reprodução, divulgação ou uso dos conteúdos apresentados neste blog, independente dos meios ou finalidades, sem a autorização expressa do autor Tony Casanova, a quem cabe, única e exclusivamente os Direitos sobre o material apresentado. A violação destes Direitos se constitui crime previsto na Legislação e será punida com os rigores legais.

Para saber mais sobre Tony Casanova e aquisição de suas publicações, acesse ESTE LINK
.....................................................................................................................................................

 Tale | Adult Apprentice | The Fishery.

 The sun was already beginning to drop that Saturday and we were all euphoric preparing the gear for the fishery. It was me and four adults, two women. We would go in the truck of one of them and the fishing would be done with a net of fine mesh that measures about six meters of length by three of height. We put food, matches, knives and machetes in the backpacks, a small stove, charcoal, alcohol, ice and dry sticks to set the fire. We also brought drinking water and drinks, plus some money for emergencies. At the time there were no cell phones. Our leader and truck owner had chosen that Saturday night because of the phase of the moon, which he said was suitable for fishing and would offer good light and a good view for us. As he was more experienced at fishing, we all agreed and after we got things sorted, we continued to board his old truck.
  The chosen place was not very far from there and it is on the edge of an avenue called Beira-Mar, meeting area between the river Sergipe and the Atlantic Ocean that bathes Aracaju. The Coroa do Meio, as the region is known, has a small strip of mangrove swamps on its banks, and soon you can see the coconut groves of Santa Luzia Island, which is affectionately known as Barra dos Coqueiros. The view there was impressive, especially at sunset. The Sergipe River flowed right there, with its calm waters and its treacherous hidden currents. Being a place of encounter of waters the marine life was abundant in the time in which there was minimum pollution of the place. We arrived and soon began to improvise a small tent with the canvas of the truck and the sticks we brought. We lit the stove and waited for the orders of our "commander".
  Before we started fishing for Ari, the owner of the truck, master of fishing, and our chief commander decided to show off and tell us his many adventures as a fisherman. He justified that it was very early and that we should wait for the right time of the moon to see the schools of mullet fish and shrimps that would come to feed there. We were sitting on the sand in the dim light of the moon and ears open to Ari's fisherman's stories. Since the others were adults and only I was still in my teens, I would stare at him curiously, believing everything the creature said. He told us that he had once left a huge fish (He spread his arms to show his size) to bite and swallow half of his arm just to get him out of the water. Imagine me, almost a child, about to enter the dark waters of a river that meets the sea and produces strong currents, as it was at that moment. The poor heart, almost leaping from the mouth of so much despair.
  Ask him if there were sharks. He said yes. Almost cried, blurring me with fear. But at last the time of everything or nothing. We went into the water and I, in a frenzy of madness, asked to hold one of the rods of the hammock. Knowing how to swim like no one there, I also decided to show myself. I went to the deepest part holding the rod of the net. It was at this moment that I heard the sound of something falling in the water. I do not know how my eyes got out of orbit. I looked in the direction of the noise and could see a huge black figure of a fish jumping and diving in the dark waters right next to me. But it was when I looked at the commander and saw no one else that I decided to run from there and just stop at the next truck where everyone was. How many braves! Ah fucking fish. We saw a dolphin playing in the water and Ari swore it was a shark. Our fishery ended up being on the shallow banks, far from the Mullets and well away from the "shark". But good enough, we stuffed several cans with snails and shrimp which saved that night when we blurted out together for fear of a dolphin.

The present work, as well as all the texts contained in this web page, are protected by the National and International Laws of Intellectual Property Rights, being prohibited copies, collages, reproduction, dissemination or use of the contents presented in this blog, regardless of media or without the express authorization of the author Tony Casanova, who is solely and exclusively responsible for the material presented. The violation of these Rights constitutes a crime provided for in the Legislation and will be punished with the legal rigors.

To know more about Tony Casanova and the acquisition of his publications, visit THIS LINK
.................................................. .................................................. .................................................

 Cuento | Aprendiz de Adulto | La Pesquería.

 El sol ya empezaba a bajar aquel sábado y nosotros estábamos todos eufóricos preparando los utensilios para la pesca. Estábamos yo y cuatro adultos, siendo dos mujeres. Iríamos en el camión de uno de ellos y la pesca se haría con una red de malla fina que media cerca de seis metros de largo por tres de altura. Colocamos en las mochilas comida, fósforos, cuchillos y machetes, un pequeño fogón, carbón, alcohol, hielo y grabados secos para encender el fuego. También llevábamos agua potable y bebidas, además de algún dinero para emergencias. En la época no había celulares. Nuestro líder y propietario del camión había escogido aquella noche de sábado debido a la fase de la luna, que según él, era propicia para la pesca y ofrecería buena luminosidad y una buena visión para nosotros. Como era más experimentado en la pesca, todos concordaron y después de arreglar las cosas, seguimos embarcando en el viejo camión de él.
  El lugar elegido no estaba muy lejos de allí y se encuentra al margen de una avenida llamada de Beira-Mar, área de encuentro entre el río Sergipe y el Océano Atlántico que baña Aracaju. La Corona del Medio, como es conocida la región, posee una pequeña franja de manglares en sus márgenes y luego al frente es posible ver los coqueros de la Isla de Santa Luzia que cariñosamente es conocida como Barra de los Coqueiros. La visión allí era impresionante, principalmente a la puesta de sol. El río Sergipe desaguaba bien allí, con sus aguas mansas y sus traicioneras corrientes ocultas. Por ser un lugar de encuentro de aguas la vida marina era abundante en la época en que había contaminación mínima del local. Llegamos y luego empezamos a improvisar una pequeña carpa con la lona del camión y las varillas que trajimos. Encendimos el fogón y esperamos las órdenes de nuestro "comandante".
  Antes de empezar a pescar el Ari, propietario del camión, señor de la pesca y nuestro comandante jefe resolvió exhibirse y contarnos sus tantas aventuras de pescador. Justificó que estaba muy temprano y que debíamos aguardar la altura correcta de la luna para ver los cardúmenes de peces Tainhas y camarones que vendrían a alimentarse allí. Estábamos sentados en la arena, bajo la luz tenue de la luna y oídos abiertos a las historias de pescador del Ari. Como los demás eran adultos y sólo yo todavía estaba en la adolescencia, quedaba allí mirándole, curioso, creyendo en todo lo que la criatura decía. Nos contó que una vez había dejado un enorme pescado (Él abrió los brazos para mostrar el tamaño) morder y tragar la mitad de su brazo sólo para sacarlo de las aguas. Imagínese, casi un niño, a entrar en las aguas oscuras de un río que encontraba con el mar y producía fuertes corrientes, como estaba en aquel momento. El corazón pobre, casi saltando por la boca de tanta desesperación.
  Pregúntele si allí había tiburones. Él afirmó que sí. Casi lloré me enmascarando de miedo. Pero finalmente llegó la hora de todo o nada. Entramos en el agua y yo, en un brote de locura, pedí para sostener una de las varas de la red. Sabiendo nadar como nadie allí, resolví también exhibirme. Fui a la parte más profunda sosteniendo la vara de la red. Fue en este momento que escuché el ruido de algo cayendo en el agua. No sé cómo mis ojos no salieron de la órbita. Miré hacia el ruido y pude ver un enorme bulto negro de un pez saltando y sumergido en las aguas oscuras muy cerca de mí. Pero fue cuando miré al comandante y no vi a nadie más que resolví correr de allí y sólo parar en el próximo camión donde todos estaban. ¡Cuántos valientes! Ah maldita pescar. Vimos un delfín que jugaba en las aguas y que Ari juraba que era un tiburón. Nuestra pesquería terminó siendo en los márgenes rasos, lejos de las Tainhas y muy lejos del "tiburón". Pero valió, llenamos varias latas con siris y camarones lo que salvó aquella noche en que nos marchamos juntos con miedo de un delfín.

La presente obra, así como todos los textos contenidos en esta página web, se encuentran protegidos por las Leyes Nacionales e Internacionales de Derechos de Propiedad Intelectual, siendo prohibidas las copias, collages, reproducción, divulgación o uso de los contenidos presentados en este blog, independiente de los medios o sin la autorización expresa del autor Tony Casanova, a quien corresponde, única y exclusivamente los Derechos sobre el material presentado. La violación de estos Derechos se constituye crimen previsto en la Legislación y será sancionada con los rigores legales.

Para saber más sobre Tony Casanova y la adquisición de sus publicaciones, visite ESTE LINK

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixou um comentário? Amei! Vou verificar e liberar já para você. Obrigado. Abração.