Lembro-me bem, quando ainda na infância, minha tia, a então musicista e exímia pianista sergipana, Professora Nair Porto, falava comigo á respeito das minhas aptidões artística demonstradas na forma como eu escrevia pequenos poemas e poesias. Encantada com cada texto, ela falava-me que aquele era um dom de família, pois seu pai era cantor e compositor, dominava a execução de vários instrumentos e fora quem a iniciou no universo da música. Não era exatamente a época do glamour e aqueles que se aventuravam a cantar ou mesmo tocar seus instrumentos e demonstrar á público a sua arte, sofriam preconceito oriundo da família e parte da sociedade. Era como se fossem "vagabundos", como diziam alguns pais ao saberem que os filhos eram artistas. Vovó ensinou minha tia tudo que sabia sobre a execução de instrumentos e mais tarde ela procurou o conservatório de música sergipano e desenvolveu sua arte. Pessoa religiosa e de caráter bastante humilde, começou a tocar órgão na igreja e tornou-se principal organista da Catedral Metropolitana de Aracaju. Também fora professora no Conservatório e pedagoga com formação nas matérias de Português e Francês do ensino público.
Quando minha tia elogiava meu trabalho como poeta, sabia que ali não cabia apenas um elogio gratuito, mas o incentivo ao artista que o impulsiona na longa jornada do reconhecimento público. Quanto a ela, sentia-se realizada, afinal a alta sociedade sergipana e os grandes nomes da arte do Estado tiveram ela como mestra e mais que isso, amiga de todos eles. Ela não era uma mulher de pompas e glamour, mas de simplicidade, semelhante a mim, não dada aos holofotes e flash. Nair Porto sabia que a fama não lhe acrescentaria nada e que o seu talento e competência estavam presentes cada vez que executava um dos instrumentos que tocava.
Organista, pianista, acordeonista, trompetista, enfim havia nela uma versatilidade incrível na execução e em uma das últimas vezes em que estivemos juntos, lembro-me que ela disse-me que possuía um desejo incontido de poder tocar seu piano em meu casamento e tendo disto isto, sentou-se ao piano que possuía em casa e executou "Aleluia de Handel" como se me servisse ali um aperitivo do dia em que eu contrairia o matrimônio. Naquela manhã nos emocionamos bastante e ao final da execução, nenhum de nós dois conseguiu segurar as lágrimas que teimaram em rolar. Ela olhava para mim e repetia: - Olha, você é sensível, isto é bom, muito bom! Eu não conseguia parar de chorar.
Havia naquela mulher uma segunda mãe para mim e o amor que demonstrava por mim era tamanho que causava ciúmes em mamãe. Zelo a toda prova, ela incentiva-me a estudar e seguir o caminho artístico, continuar escrevendo e lendo sem parar. Conselho que segui á risca e hoje confesso que eu não encontrava nela apenas a figura da irmã da minha mãe, mas também da amiga, da mãe, da mestra e acima de tudo da incentivadora. Era impossível negar que havia algo de Deus naquela pessoa simples, de linguagem clara e gestos compassados. Nunca conheci um amigo ou amiga, independente do status, da formação ou nível social que possuísse, que não gostasse da sua amável companhia e por conta disso tive o prazer de conhecer e ser apresentado por ela á pessoas de diferentes relevos da sociedade sergipana que a visitavam na sua residência.
A Pianista Sergipana Nair Porto não se tornou uma celebridade á sua época, nunca desejou isso, mas teve sempre o reconhecimento que mereceu daqueles que a admiravam, não só como pessoa, também como artista. Semelhante a sua irmã, minha mãe, não gostava de posar para fotos, gostava mesmo era de tocar, de viver, sorrir e fazer amizades, isso ela sabia muito bem. Hoje eu luto na tentativa de recolher material suficiente para a construção de uma biografia dela, mas infelizmente minhas buscas não tem dado bons resultados. Fotos, pessoas que já conviveram com ela, fatos, matérias jornalísticas, narrativas, tudo seria utilizado na confecção desta biografia e seria muito bem vindo se o material fosse doado a mim Caso você amigo(a) leitor sergipano(a) possua estes materiais, por favor entre em contato através do e-mail disposto na barra lateral desta página, ficarei muito grato em receber a sua doação.
A presente obra, bem como todos os textos contidos nesta web página encontram-se protegidos pelas Leis Nacionais e Internacionais de Direitos de Propriedade Intelectual, sendo proibidas as cópias, colagens, reprodução, divulgação ou uso dos conteúdos apresentados neste blog, independente dos meios ou finalidades, sem a autorização expressa do autor Tony Casanova, a quem cabe, única e exclusivamente os Direitos sobre o material apresentado. A violação destes Direitos se constitui crime previsto na Legislação e será punida com os rigores legais.
Para saber mais sobre Tony Casanova e aquisição de suas publicações, acesse ESTE LINK
...................................................................................................................................................
Nair Porto | Music and Teacher Sergipana | In Memorian
I remember well when, as a child, my aunt, the then-pianist and renowned Sergipe pianist, Professor Nair Porto, spoke to me about my artistic skills demonstrated in the way I wrote poems and poems. Enchanted with each text, she told me that it was a family gift, because her father was a singer and composer, she dominated the execution of several instruments and it was the one who started it in the universe of music. It was not exactly the era of glamor, and those who ventured to sing or even play their instruments and demonstrate their art to the public, suffered prejudice from the family and part of society. It was as if they were "vagabonds," as some parents said when they learned that their children were artists. Grandma taught my aunt everything she knew about performing instruments and later she sought out the Sergipe music conservatory and developed her art. A religious person of a rather humble character, he began to play organ in the church and became the principal organist of the Metropolitan Cathedral of Aracaju. She was also a teacher at the Conservatory and a teacher with training in Portuguese and French subjects in public education.
When my aunt praised my work as a poet, I knew that there was not only a free compliment here, but the encouragement of the artist who pushes him on the long journey of public recognition. As for her, she felt fulfilled, after all the Sergipe high society and the great names of the art of the state had her as teacher and more than that, friend of all of them. She was not a woman of pomp and glamor, but of simplicity, similar to me, not given to the spotlight and flash. Nair Porto knew that fame would not add anything to him and that his talent and competence were present every time he played one of the instruments he played.
Organist, pianist, accordionist, trumpet player, there was incredible versatility in her performance and one of the last times we were together, I remember she told me that she had an unrestrained desire to be able to play her piano at my wedding and having From this, he sat at the piano he owned at home and performed "Hallelujah of Handel" as if there were an aperitif of the day on which I would contract the marriage. That morning we were very moved and by the end of the execution, neither of us managed to hold back the tears that kept on rolling. She looked at me and said, "Look, you're sensitive, that's good, very good!" I could not stop crying.
There was a second mother to me in that woman, and the love she showed for me was such as to make her mother jealous. Zeal to the test, she encourages me to study and follow the artistic path, to continue writing and reading non-stop. I adhere to that, and today I confess that I did not find in her only the figure of my mother's sister, but also of her friend, mother, mistress and, above all, the promoter. It was impossible to deny that there was something of God in that simple person, with clear language and paced gestures. I never met a friend, regardless of the status, background or social level I possessed, who did not like his or her friendly company and because of that I had the pleasure of meeting and being presented by her to people from different levels of Sergipe society. visited in his residence.
The Pianist Sergipana Nair Porto did not become a celebrity to her time, never wanted it, but she always had the recognition she deserved from those who admired her, not only as a person, but also as an artist. Like her sister, my mother, she did not like posing for photos, she really enjoyed touching, living, smiling and making friends, she knew that very well. Today I fight in an attempt to collect enough material to build a biography of her, but unfortunately my searches have not given good results. Photos, people who have lived with her, facts, news stories, narratives, everything would be used in the making of this biography and would be very welcome if the material was donated to me. In case you friend the sergipano has these materials, please contact us through the email in the sidebar of this page, I will be very grateful to receive your donation.
The present work, as well as all the texts contained in this web page, are protected by the National and International Laws of Intellectual Property Rights, being prohibited copies, collages, reproduction, dissemination or use of the contents presented in this blog, regardless of media or without the express authorization of the author Tony Casanova, who is solely and exclusively responsible for the material presented. The violation of these Rights constitutes a crime provided for in the Legislation and will be punished with the legal rigors.
To know more about Tony Casanova and the acquisition of his publications, visit THIS LINK
.................................................. .........................................................................................
Nair Porto | Musicista y Profesora Sergipana | In Memorian
Me recuerdo bien, cuando aún en la infancia, mi tía, la entonces musicista y eximia pianista sergipana, Profesora Nair Porto, hablaba conmigo acerca de mis aptitudes artísticas demostradas en la forma como yo escribía pequeños poemas y poesías. En el caso de que se trate de una de las más importantes de la historia de la música, No era exactamente la época del glamour y aquellos que se aventuraban a cantar o incluso tocar sus instrumentos y demostrar al público su arte, sufrían prejuicio oriundo de la familia y parte de la sociedad. Era como si fueran "vagabundos", como decían algunos padres al saber que los hijos eran artistas. La abuela enseñó a mi tía todo lo que sabía sobre la ejecución de instrumentos y más tarde ella buscó el conservatorio de música sergipano y desarrolló su arte. Persona religiosa y de carácter bastante humilde, comenzó a tocar órgano en la iglesia y se convirtió en el principal organista de la Catedral Metropolitana de Aracaju. También fue profesora en el Conservatorio y pedagoga con formación en las materias de Portugués y Francés de la enseñanza pública.
Cuando mi tía elogiaba mi trabajo como poeta, sabía que allí no cabía sólo un elogio gratuito, sino el incentivo al artista que lo impulsa en la larga jornada del reconocimiento público. En cuanto a ella, se sentía realizada, al final la alta sociedad sergipana y los grandes nombres del arte del Estado tuvieron ella como maestra y más que eso, amiga de todos ellos. Ella no era una mujer de pompas y glamour, pero de simplicidad, semejante a mí, no dada a los reflectores y flash. Nair Porto sabía que la fama no le añadiría nada y que su talento y competencia estaban presentes cada vez que ejecutaba uno de los instrumentos que tocaba.
En el momento en que estuvimos juntos, recuerdo que ella me dijo que tenía un deseo incontenido de poder tocar su piano en mi matrimonio y, teniendo en cuenta que, de esto esto, se sentó al piano que poseía en casa y ejecutó "Aleluya de Handel" como si me sirviera allí un aperitivo del día en que yo contraería el matrimonio. En aquella mañana nos emocionamos bastante y al final de la ejecución, ninguno de nosotros dos consiguió sostener las lágrimas que se metieron en rodar. Ella me miraba y repetía: - ¡Mira, eres sensible, esto es bueno, muy bueno! No podía dejar de llorar.
Había en aquella mujer una segunda madre para mí y el amor que demostraba por mí era tamaño que causaba celos en mamá. Celo a toda prueba, ella me anima a estudiar y seguir el camino artístico, seguir escribiendo y leyendo sin parar. El Consejo que seguí a la risa y hoy confieso que yo no encontraba en ella sólo la figura de la hermana de mi madre, sino también de la amiga, de la madre, de la maestra y por encima de todo de la alentadora. Era imposible negar que había algo de Dios en aquella persona simple, de lenguaje claro y gestos compasivos. Nunca conocí a un amigo o amiga, independiente del estatus, de la formación o del nivel social que tuviera, que no le gustara de su amable compañía y por eso tuve el placer de conocer y ser presentado por ella a personas de diferentes relieves de la sociedad sergipana que la visitaban en su domicilio.
La Pianista Sergipana Nair Porto no se convirtió en una celebridad a su época, nunca deseó eso, pero tuvo siempre el reconocimiento que mereció de aquellos que la admiraban, no sólo como persona, también como artista. Al igual que su hermana, mi madre, no le gustaba posar para las fotos, le gustaba tocar, vivir, sonreír y hacer amistades, que ella sabía muy bien. Hoy luto en el intento de recoger suficiente material para la construcción de una biografía de ella, pero desafortunadamente mis búsquedas no han dado buenos resultados. Fotos, las personas que han vivido con ella, hechos, noticias, relatos, que serían utilizadas en la elaboración de esta biografía y sería bienvenido si el material fue donado a mí Si usted amigo (a) lector de Sergipe (a) posee estas materias, por favor entre en contacto a través del e-mail dispuesto en la barra lateral de esta página, quedar muy agradecido en recibir su donación.
La presente obra, así como todos los textos contenidos en esta página web, se encuentran protegidos por las Leyes Nacionales e Internacionales de Derechos de Propiedad Intelectual, siendo prohibidas las copias, collages, reproducción, divulgación o uso de los contenidos presentados en este blog, independiente de los medios o sin la autorización expresa del autor Tony Casanova, a quien corresponde, única y exclusivamente los Derechos sobre el material presentado. La violación de estos Derechos se constituye crimen previsto en la Legislación y será sancionada con los rigores legales.
Para saber más sobre Tony Casanova y la adquisición de sus publicaciones, visite ESTE LINK
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixou um comentário? Amei! Vou verificar e liberar já para você. Obrigado. Abração.